sábado, 13 de dezembro de 2014

III Domingo do Advento: Vem, Jesus tão esperado!

Is 61,1-2a.10-11
Salmo: Lc 1,46-54
1Ts 5,16-24
Jo 1,6-8.19-28
           
A tradição litúrgica da Igreja chama este Terceiro Domingo do Advento de Gaudete, isto é “Alegrai-vos!” No Missal Romano, a antífona de entrada exclama: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4.5). Como expressão dessa alegria, pode-se usar no lugar do roxo, o cor-de-rosa, no tom conhecido como “rosa antigo”. É um roxo suavizado, mistura do roxo do Advento com o branco do Natal que já está às portas. Assim, a Liturgia exprime a exultação pela aproximação da Santa Natividade do Salvador, o Cristo nosso Deus. Alegrai-vos, pois! Alegremo-nos! O Senhor está perto! Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor; está próximo de nós o Salvador nosso nos diversos momentos de nossa existência! Ele não é Deus de longe; é Deus de perto: Seu Nome será para sempre Emanuel, Deus-conosco!

Alegrai-vos! Há quem se alegre no pecado, há quem se alegre em futilidades, há quem, mesmo alegrando-se com coisas que valem a pena, esquece que toda alegria é passageira. Há os que de tantas pequenas, miúdas, passageiras alegria, se esquecem da alegria verdadeira, aquela única que sacia o coração e faz a vida valer a pena!

Quanto a vós, caríssimos, alegrai-vos com tudo quanto é bom e louvável, mas colocai vossa maior e definitiva alegria no Senhor! Isto mesmo, com o Apóstolo, eu repito: “Alegrai-vos no Senhor! Alegrai-vos sempre no Senhor!” Somente Nele o coração repousa plenamente, somente Nele encontra-se a paz que dura mesmo em meio à tribulação mais dura, somente Nele o anseio mais profundo de nossa alma. Alegrai-vos! Mas seja o Senhor o fundamento da vossa alegria, a causa última da vossa exultação!

Mas, quem é esse Senhor em Quem nos mandam que nos alegremos? O Batista, neste hoje, nos adverte: “No meio de vós está Aquele que vós não conheceis!” Quem é ele? Quem é este “Aquele”? João Batista, como bom mensageiro faz questão de desaparecer: “Não sou o Messias, não sou Elias (coitados dos que imaginam que João é Elias reencarnado!), não sou o Profeta anunciado por Moisés! Sou apenas a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor!’” Insistimos: quem é esse que está no nosso meio e que é preciso conhecer e reconhecer sempre de novo para ter a alegria verdadeira? Ele é o Messias, Jesus de Nazaré, o Ungido de Deus, o Enviado para trazer a salvação, a alegria e a paz para todos os pobres de todas as pobrezas do mundo. Ouçamo-Lo, deixemos que Ele Se nos apresente: “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu; enviou-Me para dar a Boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção aos cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor!” Eis, caríssimos, o Messias que esperamos, o Salvador que Deus nos concedeu. Ele, que veio em Belém, que virá no final dos tempos, Ele mesmo vem a cada dia de nossa atribulada existência! - Vem, Senhor Jesus! Vem, santo Messias! Teu povo suspira por Ti, Tua Igreja sofrida e caminheira precisa de Ti! Não nos abandones, não nos deixes sozinhos! Vem, Ungido de Deus, prometido aos nossos pais, anunciado pelos profetas, apontado pelo Batista, colocado sob a guarda do carpinteiro José, concebido e dado à luz pela Virgem Mãe! Vem, e a Mãe Igreja exclamará (e nosso coração exclamará  com ela): “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se no meu Deus; Ele me vestiu com vestes de salvação; adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas joias!”

Caríssimos, eis a causa da nossa alegria. Nós, os cristãos, temos direito de nos alegrar, mesmo diante das tristezas do mundo; temos o dever de manter a esperança, mesmo quando as possibilidades humanas fracassam; temos a oportunidade de continuar esperando ainda quando os nossos cálculos mostrem-se errados. Porque nossa esperança e certeza não se fundam em nós nem em nossas possibilidades, mas Naquele que vem, Naquele que o Pai do céu nos envia, Naquele que nunca conseguiremos conhecer totalmente, o Santo Messias do Pai, Jesus, nosso Deus-Salvador!

Resta-nos, então, escutar com atenção o conselho do Apóstolo: estar sempre alegre em Cristo; com os olhos fixos Nele; orar sem cessar, buscando realmente ser amigo íntimo do Senhor, dando graças em todas as circunstâncias, sabendo que Ele está próximo de nós, nunca longe de nossas aflições e desafios. E mais: afastarmo-nos de toda maldade, procurando viver segundo Cristo e não segundo o mundo, santificando no Senhor nosso corpo, nossa alma e nosso espírito ou, em outras palavras, nossa dimensão física, nossa vida inteligente e nossa sede de Deus, nossa saudade de Infinito.

Caríssimos, num mundo que nos despreza porque somos cristãos, numa sociedade pagã, que nos ridiculariza e nos olha com indiferença, tenhamos esta certeza: “Quem vos chamou é fiel; Ele mesmo realizará isso!” Ele nunca nos deixará!


Que a escuta da Palavra santa do Senhor e a participação no mistério do Seu Corpo e do seu Sangue nos preparem não somente para as festas que se aproximam – a Natividade, a Sagrada Família, Santa Maria Mãe de Deus, a Epifania, o Batismo do Senhor - mas, sobretudo para o Dia da Vinda do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo! Amém.

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